Lote é indicado para maiores de 18 anos e que possuem alto risco de infecção

Chegou em Minas Gerais nessa terça-feira (14), o primeiro lote de vacinas contra o monkeypox. A remessa possui 1.101 doses. Deste total, 1.077 serão destinadas para imunização pré-exposição. Os frascos restantes terão como destino outros municípios que nas últimas 12 semanas registraram circulação do vírus, entretanto, a situação foi notada apenas em Belo Horizonte.

Os imunizados pelo primeiro carregamento das vacinas são, de acordo com o Ministério da Saúde, homens cisgêneros, travestis e mulheres transexuais que vivem com HIV/Aids, com idade igual ou maior a 18 anos, cujo status imunológico identificado pela contagem de linfócitos TCD4 seja inferior a 200 células nos últimos seis meses. Também estão entre os que devem receber a vacina pré-exposição os profissionais que trabalham diretamente com Orthopoxvírus em laboratórios com nível de biossegurança (NB-3), de 18 a 49 anos de idade.

Ainda conforme o especialista, o esquema de vacinação é de duas doses (0,5 ml cada) da vacina MVA-BN Jynneos, com quatro semanas de intervalo (28 dias) entre cada uma. Neste primeiro momento, a previsão da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG), é utilizar as 1.077 doses pré-exposição para imunizar 50% do público-alvo com o esquema vacinal completo. O envio de mais doses dependerá do andamento da vacinação e da demanda local.

A grande importância da vacinação, segundo afirma o infectologista do Hospital Semper, Leandro Curi, é a possibilidade da erradicação do vírus, assim como ocorreu com a varíola humana “A varíola afeta vários tipos de mamíferos, e a própria vacinação contra a varíola humana já gera alguns efeitos protetivos contra o monkeypox, ou seja, os casos da nova doença são em sua maioria em pessoas não imunizadas contra a varíola humana ou aquelas com algum tipo de déficit imunológico”.

Transmissão e características

O Monkeypox vírus (MPXV) é transmitido principalmente pelo contato íntimo, ou seja, é altamente transmissível. Entretanto, tal situação, de acordo com Leandro Curi, não é suficiente para identificá-lo como uma IST (Infecção Sexualmente Transmissível). “É uma discussão que já existe, mas não podemos considerá-lo [uma IST], já que contato íntimo não é apenas de cunho sexual, além disso, já temos conhecimento de estudos que mostram a possível transmissão por superfícies”.

Entre os sintomas da infecção estão lesões na pele, como manchas, feridas abertas, aparecimento de ínguas, geralmente na região das axilas e virilha, além de outros sinais parecidos com os de uma gripe comum, como febre, dor de cabeça e dores musculares. O infectologista chama a atenção, inclusive, para o principal deles: a dor. “É a maior característica do monkeypox. Os pacientes sentem muitas dores, principalmente nas regiões anal e genital. Nesses casos é necessária internação”, informa. Felizmente, a doença é considerada de baixa letalidade, pois a maior parte dos casos evolui naturalmente para a cura após 21 dias.

Por fim, o médico deixa um recado importante em relação ao período no qual a vacina chegou no Brasil. “O pico de casos e de mortes foi de junho a agosto de 2022; claro que vacinação é sempre importante, mas ela chegou com atraso. A tendência mundial para 2023 é a queda do número de diagnósticos, então uma chegada mais eficiente dos imunizantes teria gerado um número ainda menor de notificações”.

Monkeypox em Minas

De acordo com o boletim epidemiológico atualizado no último dia 10 (o mais recente divulgado), Minas Gerais tem 619 casos de monkeypox confirmados por exames laboratoriais. Outros 2.457 foram descartados e há 73 casos suspeitos. Até o momento, foram registrados três óbitos pela doença.

Agenda Comunicação Integrada | Assessoria de Imprensa
Jornalistas responsáveis:
Daniel de Andrade – RP 0020661-MG
Tel e WhatsApp: (31) 9 8500-1358

Maíra Rolim – JP 8850- MG
Tel e WhatsApp: (31) 9 9120-1068