Noites mal dormidas, segundo neurologista, podem causar desde alterações de humor, aumento dos riscos de depressão e ansiedade, problemas de memória, à queda de atenção e aprendizado
Adolescentes têm cada vez mais convivido com uma queda na qualidade do sono, o que tem preocupado especialistas em saúde. As causas desse problema estão relacionadas ao uso excessivo de dispositivos eletrônicos. Segundo estudo publicado pelo periódico científico Nature Human Behavior, 93,5% dos jovens não dormem nem sete horas por noite, fator que pode comprometer o desenvolvimento físico e mental.
Esse comportamento, obviamente, ocorre também no Brasil, já que por aqui, mais de 70% dos adolescentes passam mais de quatro horas por dia em frente a telas de smartphones e computadores. Com isso são acometidos por diversos problemas, entre eles a insônia. “[Essas atividades], quando realizadas durante um período muito longo, podem alterar o ritmo circadiano, ritmo normal de funcionamento do cérebro, que compreende a luz do sol como o momento de acordar e o anoitecer como a hora de repousar. Isso significa que ao efetuarmos atividades noturnas sob uso intenso de luz, nosso cérebro vai entender que ainda não é o momento de dormir. Com isso, passamos mais tempo acordados até altas horas da madrugada e no dia seguinte, o resultado é a sonolência”, explica o neurologista do Hospital Semper, Daniel Isoni.
Ainda segundo o especialista, noites mal dormidas podem causar desde alterações de humor, aumento dos riscos de depressão e ansiedade, problemas de memória, à queda de atenção e aprendizado. “Repetidamente, o déficit de sono pode ainda afetar o desenvolvimento do próprio cérebro”, completa.
Para reverter essa situação, Daniel Isoni recomenda disciplina no uso dos dispositivos móveis, de modo que assim seja possível garantir uma rotina de sono saudável. “O melhor a fazer é evitar o uso [dos dispositivos eletrônicos] antes de dormir. Além disso, é importante que os pais estejam atentos e ajudem a estabelecer essas rotinas em casa. Eles devem ser os primeiros a dar o exemplo com regras claras para todos da família. Mas mais importante que normas, é o próprio adolescente entender a importância de uma noite bem dormida, entre sete a oito horas de repouso. Ele precisa compreender que o comportamento oposto impacta na sua saúde e seu desenvolvimento”, conclui o neurologista.
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