Segundo Inca, até o fim deste ano, o país deve registrar 16.710 casos novos da doença
Neste mês é celebrada a campanha “Março Lilás”, dedicada à prevenção do câncer de colo uterino, o terceiro com maior incidência e quarto com maior taxa de mortalidade entre as mulheres no Brasil. Segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), a previsão é que até o fim deste ano, o país registre 16.710 novos casos da doença.
Apesar de ser o tumor ginecológico mais comum, a boa notícia é que o câncer de colo uterino tem altas chances de ser prevenido e, inclusive, erradicado. Isso porque como é causado pela infecção persistente por alguns tipos do Papilomavírus Humano, transmitido nas relações sexuais sem proteção ou com múltiplos parceiros. Logo, a vacina contra o HPV, disponível nos postos de saúde para meninas de 9 a 14 anos e meninos de 11 a 14 anos, se torna aliada fundamental para evitar a neoplasia. Além disso, o SUS oferece o imunizante para imunossuprimidos, transplantados e pacientes com câncer, (mulheres até 45 anos e homens até 26 anos). “Para que a erradicação da doença aconteça, inclusive, todas as pessoas em idade vacinal deveriam ser imunizadas contra o HPV. Infelizmente, porém, não é essa a realidade, já que muitas mulheres ainda morrem acometidas por esse câncer simplesmente pelo fato de não terem se vacinado ou por negligenciarem o rastreamento do tumor através do Papanicolau, teste realizado para detectar alterações nas células do colo do útero após início da atividade sexual”, afirma a oncologista clínica Patrícia Azevedo, que pertence ao corpo clínico da Cetus Oncologia (clínica especializada em tratamentos de câncer com sede em Betim e unidades em Belo Horizonte e Contagem). A estimativa do INCA é que, somente em 2021, 270 mulheres faleceram por complicações do tumor, média de 23 óbitos por mês. “Nesses últimos 2 anos estivemos tão ligados à vacinação, em virtude da pandemia que nos atingiu, mas mesmo assim, muitas pessoas ainda não têm o conhecimento de que existe uma vacina capaz de prevenir o câncer de colo de útero. Portanto, as mães devem vacinar suas crianças”.
Outras formas de prevenção
Outras formas das mulheres prevenirem o tumor de colo uterino, segundo aponta Patrícia Azevedo, é manter a consulta com o ginecologista em dia e estar atento aos sintomas que possam indicar a presença do tumor. “Os primeiros sinais, visíveis já na fase da doença avançada, incluem sangramento vaginal ou secreção vaginal, palpação de massas abdominais, dor pélvica moderada e piora da função renal”, cita Azevedo.
Ainda segundo Patrícia, quando descoberto precocemente, o tumor de colo uterino pode não causar danos severos e as chances de cura chegam à casa de 100%, contudo, por ser uma doença silenciosa em fase inicial, o tratamento tardio pode se tornar mais complicado.
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