De acordo com fisioterapeuta, problema é caracterizado pela sobrecarga da musculatura do pescoço, exatamente o que as pessoas costumam fazer ao longo do dia, passando horas com cabeça inclinada para baixo olhando para tela do smartphone
Em 2021 os brasileiros passaram quase cinco horas e meia por dia, em média, diante de seus aparelhos de celular, segundo relatório lançado pela empresa de análise de mercado digital App Annie. Trata-se, ao lado da Indonésia, do maior volume de uso de celulares entre os 17 países analisados no levantamento (que também engloba Coreia do Sul, México, Índia, Japão, Turquia, Singapura, Canadá, EUA, Rússia, Reino Unido, Austrália, Argentina, França, Alemanha e China), com base em dados coletados das lojas online iOS App Store, Google Play e outras. Isso significa dizer que nós passamos mais de um terço do tempo em que estamos acordados (considerando uma noite de sono de 8 horas) ligados nesses dispositivos. Ainda segundo a pesquisa, nesse período passado diante do aparelho, sete de cada 10 minutos foram em aplicativos de redes sociais, fotos e vídeos – principalmente no TikTok.
Esse excesso, infelizmente, pode trazer prejuízos ao corpo, como por exemplo a chamada “síndrome do pescoço de texto” ou text neck (em inglês). De acordo com a fisioterapeuta e coordenadora do departamento de fisioterapia do Hospital Semper, Sania Cançado, o problema é caracterizado pela sobrecarga da musculatura do pescoço, exatamente o que as pessoas costumam fazer ao longo do dia, passando horas com a cabeça inclinada para baixo olhando para a tela do smartphone. “Essa postura faz com que uma quantidade grande de peso seja depositada sobre uma área específica da coluna vertebral e, à medida que a inclinação da cabeça aumenta, a pressão sobre a região cervical também se intensifica”, explica acrescentando que a doença tem atingido um número cada vez maior de jovens nos últimos anos, situação incomum no passado, quando acometia prioritariamente pessoas com mais de 60 anos, já que sua principal causa era o desgaste ósseo e a postura cifótica, comum nos idosos.
Ainda segundo Sania, os principais sintomas da síndrome do pescoço de texto incluem dores na região do pescoço e que podem começar a descer para os ombros, além de dores de cabeça, sensação de peso nos ombros e coluna desalinhada. “Rigidez muscular, dormência ou formigamento de membros superiores, dor cervical, dor nas costas (pode ser crônica ou apresentar espasmos musculares graves) e dor nos braços, além de ser muito comum flagrar-se com o pescoço curvado para baixo também são indícios do problema” acrescenta Cançado. Ela também explica que vários estudos estão sendo realizados para saber o quão grave a síndrome pode ser e de quais maneiras ela pode afetar a qualidade de vida. “Alguns deles, apontam que, a longo prazo, o text neck pode chegar a causar lesões na coluna cervical. No entanto, pesquisas ainda estão sendo realizadas para confirmar essa informação”, completa.
Para tratar a doença, a fisioterapeuta destaca algumas simples ações, porém fundamentais. A primeira delas, obviamente, é monitorar o tempo dedicado ao uso dos dispositivos móveis. “O ideal, ao usá-los, é levantar o aparelho na altura dos olhos, evitando inclinar o pescoço. Mas se a sua profissão depende muito desses aparelhos, verifique a ergonomia do seu local de trabalho”.
Mesmo para quem precisa trabalhar com o smartphone, Sania ressalta ser importante não deixar de fazer pausas durante o expediente. Nesse sentido, a fisioterapeuta recomenda levantar-se a cada hora para alongar a musculatura, beber água e caminhar por alguns minutos. “Essas são ações que deixam o corpo em movimento e afastam as dores. Além disso, fortalecer a musculatura e ampliar os movimentos são fatores de suma importância para manter a postura adequada por mais tempo. Para isto, investir em atividades físicas regulares pode ser uma boa alternativa”.
Existem, inclusive, alguns exercícios que podem ser feitos a fim de evitar ou diminuir a dor causada pelo text neck. “Movimentar a cabeça, fazendo meia lua e depois girando-a em uma volta completa ou alongar a região do trapézio, inclinando a cabeça, e com o auxílio da mão, puxando levemente para baixo, são algumas dicas”, ensina a fisioterapeuta.
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