Dores de cabeça ou no corpo, incômodos musculares, entre outros sintomas, podem, por muitas vezes, não significar nada sério, mas ao mesmo tempo também são indícios de algo pior, como um câncer; rastreamento precoce é sempre melhor opção diante de qualquer anormalidade
Recentemente a mídia divulgou o caso de um norte-americano de 62 anos, que após cinco sofrendo com dores recorrentes no pé, descobriu, na verdade, que estava com um problema bem maior: somente depois de ver sua mobilidade afetada e a perna direita inchar, consultou-se com um clínico geral, que o levou a um diagnóstico inimaginável. O ‘incômodo’ de meia década era um câncer no rim e, o pior, sem cirurgia, ele teria apenas quatro dias de vida. O caso, mesmo isolado, pode servir de alerta para todos nós. Muitas pessoas sentem dores por anos a fio e, com isso, não procuram nenhum tipo de auxílio médico para, pelo menos, descobrir o que se trata. É aí que mora o perigo. Isso sem falar dos que se automedicam por acreditarem que o quadro não é grave e, portanto, dispensa cuidados médicos.
A oncologista clínica Emanuelle Ferreira, que pertence ao corpo médico da Cetus Oncologia, clínica especializada em tratamentos oncológicos com sede em Betim e unidades em Belo Horizonte e Contagem, entende que embora casos como o do norte americano citado no lide sejam menos comuns, a falta de diagnóstico precoce ainda é prejudicial para o paciente. “Às vezes acontece de um paciente chegar no consultório com um câncer já avançado, e dependendo de sua condição clínica, isso pode limitar o tratamento”, pontua.
Por esse motivo, segundo a médica, é importante se atentar a uma lista de sintomas que podem aparecer e, ao menor sinal, devem ser investigados. “Emagrecimento sem causa aparente, mudança do hábito intestinal, sangue nas fezes, fadiga, cansaço sem causa aparente, falta de apetite, dores persistentes, ferida que não cicatriza, surgimento de alguma mancha diferente na pele ou alteração de uma mancha ou lesão já existente e dificuldade de engolir são indícios que merecem atenção”.
Ainda segundo Emanuelle, normalmente as pessoas associam as dores no corpo somente a maus hábitos de vida ou a outras doenças e comorbidades associadas ao avançar da idade. “Nem sempre essas regras são válidas. Não podemos nos acostumar com dores, sejam elas quais forem. Uma enxaqueca persistente, por exemplo, sinaliza que algo não vai bem no corpo assim como uma taquicardia recorrente, uma tosse que não cessa. Tudo que foge da nossa normalidade e de uma condição de vida saudável, deve ser analisado”, ressalta.
Emanuelle salienta, inclusive, que exames específicos podem auxilar na descoberta de diversas neoplasias, além das consultas médicas regulares para detecção de sinais precoces. “Exames laboratoriais e de imagem, chamados de rastreio, podem ser realizados de acordo com a idade do paciente, e servem como guia e caminho ideal para um diagnóstico precoce. Temos, por sinal, que inserí-los em nossa rotina anual de check-ups. Mesmo quando tudo está aparentemente bem, vale a pena dar uma conferida no corpo como forma de prevenção”, finaliza.
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