Dupla de empresários, cujo gastrobar ficou fechado por um ano, optaram por reabrir empresa em outro imóvel, com aluguel mais barato e estrutura enxuta, o que reduziu custos; já confeiteira com experiência em doces de casamentos, viu no delivery oportunidade de estar mais próxima dos clientes e expandir negócio
Nesses quase dois anos de pandemia, um dos reflexos inegavelmente tristes que a Covid-19 deixou no Brasil, além é claro, dos mais de 640 mil mortos, foi a grave crise na economia: uma onda avassaladora de falências, demissões e prejuízos varreu o país de Norte a Sul. Só em Minas Gerais, por exemplo, segundo o último levantamento da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), 9,55 mil lojas foram fechadas ao longo de 2020, colocando o Estado no segundo pior desempenho entre os demais, atrás apenas de São Paulo. Em todo o Brasil, 75 mil CNPJs não resistiram às restrições e foram baixados.
Por outro lado, felizmente, há as boas histórias, daqueles que conseguiram se manter de pé e, embora não se atrevam a dizer que estão salvos – e nem poderiam, diante do cenário econômico que inclui inflação, dólar alto, gasolina a R$ 7, além da pior crise hídrica da história, conseguiram criar estratégias para permanecer no mercado e reformular o negócio.
É o caso do empresário Ruy Oliveira, proprietário do antigo Takos Mexican Gastrobar, que há 10 anos funcionava em um dos pontos mais emblemáticos da região Centro-Sul de Belo Horizonte, a Praça da Savassi, sendo referência em culinária mexicana na cidade. Com a chegada da Covid-19, em março de 2020, ele teve que fechar as portas do estabelecimento por causa do decreto da prefeitura e assim ficou por mais de um ano. Como as contas não paravam de chegar e o lucro da empresa era ‘zero’, Ruy e o sócio, Rodrigo Cioletti, tiveram que entregar o imóvel. “Esse, porém, não foi o nosso fim. Optamos por simplificar o negócio, de modo a torná-lo mais rentável”. No segundo semestre de 2021, a dupla de empresários reabriu o Takos em outro imóvel, na Avenida Cristóvão Colombo, também na Savassi, há poucos quarteirões do agito da Praça Diogo de Vasconcelos, onde funcionava a antiga casa. No novo espaço, de tamanho similar ao anterior, cujo valor do aluguel é quase 50% menor em relação à loja antiga, o cardápio também foi reformulado: deixou de lado a alcunha de gastrobar, que de certo modo exigia mais custo no preparo dos pratos, e passou a apostar no casual mexican food, estilo de fast food com uma pegada requintada. Agora todos os pratos são comidos de forma prática, com a mão, ou servidos em um bowl. “São comidas rápidas, simples, saborosas, feitas na hora, mas com todo o sabor que já somos conhecidos por oferecer”, explica.
E um detalhe importante: o novo local onde o Takos está localizado abriga também outra marca dos empreendedores, o ‘Leve Açaí’. “Duas lojas na mesma estrutura física é uma forma inteligente, neste momento de crise, de ocuparmos o espaço e reduzirmos custos operacionais”, destaca Ruy. Atualmente o faturamento mensal do mexicano já se equipara às receitas da antiga unidade da Praça da Savassi nos tempos pré-pandemia. “Apenas a lucratividade não é a mesma pois como vivenciamos, hoje, um período, de alta dos insumos, o lucro acaba sendo comprometido pela inflação corrosiva. Mas ainda sim estamos melhores do que antes. Tenho certeza que se estivéssemos no modelo anterior, estaríamos operando no prejuízo.
Mesmo com todas as incertezas ainda geradas pela pandemia devido à chegada de novas variantes, Ruy acredita que o pior momento, vivenciado em 2020, já passou e as perspectivas para o futuro são extremantes positivas. “Nossa meta é abrir franquias para expandir a marca e o negócio, até mesmo no formato de quiosque, que exige também menos custos. Estamos de olho em uma possível expansão para a região da Pampulha”, revela.
À frente da Doce Carol Ateliê, loja de doces finos e lembranças para casamentos, com sede no Prado, na região Oeste de BH, a empresária Ana Carolina Paranhos, foi outra que precisou passar por mudanças nos últimos tempos para continuar no mercado. Felizmente não só conseguiu como cresceu: saiu de uma estrutura com apenas quatro funcionários em fevereiro de 2020, período pré-pandemia, para 18, no mesmo mês de 2021. “Como antes da Covid-19 meu trabalho era focado nas festas de casamento, o que correspondia a 95% do faturamento, e elas praticamente deixaram de existir nos momentos mais severos de restrição, já que o setor de eventos foi o primeiro a fechar, precisei me adaptar rápido. Percebi que deveria estar presente no dia a dia das pessoas e, por isso, aderi ao delivery”. A confeiteira criou um site para a empresa em que os clientes conseguem programar a entrega. O resultado foi certeiro. “Tive uma resposta muito rápida e positiva, porque as pessoas não podiam se encontrar e presenteavam umas às outras em uma proporção muito maior”, conta.
A mudança de rumo deu certo. Com essa reformulação, a empreendedora conseguiu abrir mais quatro unidades da empresa nos bairros Buritis, Savassi, Cidade Nova e Castelo, o que demandou, obviamente, mão de obra.
As expectativas da empresária para 2022 são boas, contudo, ela prefere dar passos cautelosos e não focar em novas contratações para este semestre. “Estamos atentos às oportunidades do mercado para averiguar, com calma, novas possibilidades”, conclui.
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