‘Na saúde e na doença, na riqueza e na pobreza’. Para a artesã Joana D’Arc Thibau, 45 anos, a clássica frase proferida nas cerimônias de casamento não ficou só no altar. Nos últimos oito anos ela foi diagnosticada com câncer quatro vezes, porém, durante todo esse período, um ‘remédio’ precioso vem sendo crucial para que enfrente a doença: o apoio irrestrito e incondicional do parceiro, o empresário Júlio César Thibau, de 51. A história do casal é um exemplo claro de amor real, vivenciado na prática, e capaz, até mesmo, de superar desafios.

Em 2014, apesar de não ter identificado nenhum caroço na mama direita, Joana percebeu que ela estava enrijecida. Como não entendeu o que estava acontecendo, acionou sua ginecologista que, prontamente, a encaminhou ao mastologista. “Ele solicitou uma biópsia e veio o diagnóstico: câncer do tipo lobular, que começa nas glândulas produtoras de leite. Por isso, a identificação imediata é um pouco mais difícil que os outros”, explica, acrescentando que, na ocasião, o tumor já havia comprometido todo o mamilo e tinha aproximadamente 10 centímetros.

Quando soube da enfermidade, Thibau fez duas únicas perguntas para o médico: se ainda havia tempo de sua vida ser salva e o que era preciso fazer para chegar até a cura? O caminho, de fato, foi árduo: 16 sessões de quimioterapia e, na sequência, cirurgia acompanhada de 30 sessões de radioterapia. “Em todas elas, Júlio, que na época ainda não era casado comigo, estava ao meu lado, na sala de infusão, me acompanhando. Ele abria mão de qualquer compromisso, até de ir ao trabalho. Lembro, inclusive, que minha mãe se ofereceu para que eu ficasse na casa dela durante o tratamento. Ele agradeceu, mas disse que era tarefa sua cuidar de mim”.

Vencida a primeira batalha, em 2015 os dois subiram ao altar, mas mal sabiam que três anos depois, no início de 2018, após estar com a doença sob controle, Joana sofreria um novo revés da vida: ao realizar um exame de rotina, descobriu um segundo tumor, de apenas 3 centímetros. “Assim como o primeiro não tive como apalpá-lo ou senti-lo, pois ele estava por baixo da cicatriz da radioterapia do câncer anterior”, conta. O marido, porém, a incentivou. “Ele dizia: amor, vamos enfrentar, vamos pra cima [da doença]. Você só tem duas opções, ou fica lamentando e chorando ou vai pra cima. Como a primeira, eu descarto, só nos restava ir pra cima”.

No segundo tratamento a artesã teve a oportunidade de usar uma touca hipotérmica, presente, inclusive, do próprio marido, cuja atuação diminui a queda dos cabelos na quimioterapia. “Apesar de eu falar que não me importava com a queda capilar, ele dizia que se eu conseguisse manter os cabelos, ficaria ainda mais feliz. Ele pensava em todos os detalhes que, aos olhos dele, pudessem diminuir meu desconforto, minha dor”, destaca.

Nos últimos dois anos, Joana voltou a travar batalhas contra o tumor: em 2021, no auge da pandemia, ela descobriu um caroço e se submeteu a 12 sessões de quimioterapia e cirurgia para retirada do nódulo. Já neste ano, um novo volume na mama direita foi percebido pelo oncologista que a acompanha. Ela já fez uma intervenção cirúrgica para eliminá-lo e começa, em breve, um tratamento mais moderado, sem tantos efeitos colaterais, para deixar o problema no passado. “Só consigo enfrentar tudo isso porque todas às vezes em que recebi os diagnósticos, nunca me vi debilitada, vencida. Sempre procurei me enxergar adiante, já curada pela fé”, conta ela que faz planos de uma viagem com marido após o término das atuais terapias. “Júlio é meu suporte. Eu já ouvi vários casos, durante as esperas pelas consultas nas clínicas por onde passei, de mulheres que foram abandonadas pelos parceiros nessas horas difíceis, o que é triste, lamentável, já que o amor não é e nunca foi feito só de dias bons. É muito fácil, por sinal, amar alguém com saúde, com uma vida financeira de sucesso. Mas o amor de verdade mesmo, aquele puro, que não exige nada em troca, a gente só conhece nos momentos de tribulação. E isso não é frase de efeito. Eu vivencio isso. Com o Júlio pude experimentar o amor na prática. Ele é, inegavelmente, o amor da minha vida”.

O amor não cura, mas é combustível para quem enfrenta a doença, afirma oncologista

Um dos responsáveis por acompanhar a trajetória de Joana, o oncologista Charles Pádua, que pertence ao corpo clínico da Cetus Oncologia, afirma que apesar de ainda não existirem trabalhos científicos que relacionem o amor como uma das causas da cura de um câncer, é inegável que no dia a dia essa postura de amar a quem tanto precisa de afago em um momento como esse, certamente traz impactos positivos no caminho a um bom prognóstico da enfermidade. “O amor verdadeiro é um sentimento muito forte, inexplicável e universal. Quando uma pessoa é acolhida pelo parceiro, pelos amigos ou entes queridos, ela se sente muito mais determinada para enfrentar uma doença como um câncer, por exemplo.

Charles ressalta, porém, que o assunto não pode ser excessivamente romantizado. “A caminhada rumo à cura de um câncer envolve não só as trocas positivas como também as negativas: compartilham-se medos, angústias e sofrimentos. Mas quando os envolvidos estão alinhados nesse processo e servindo de apoio um para o outro, os dias difíceis ficam bem menos penosos”.

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