Impossível de ser evitado no dia a dia, estresse dá sinais claros no corpo quando passa do ponto. Segundo psicóloga, sensação de desgaste constante, alterações do sono e humor, tensão muscular, perda de interesse pelas coisas e déficit de atenção, concentração e memória são alguns indícios de que saúde mental pode não estar bem

Mecanismo fisiológico de sobrevivência, desenvolvido por nossos ancestrais, o estresse se manifesta para deixar o corpo em estado de alerta diante de situações de ameaça. Quando ele ‘aparece’ o coração acelera para fornecer mais sangue aos músculos e a respiração geralmente fica mais forte. O problema é a tensão se tornar frequente, capaz de gerar acúmulo de adrenalina não liberada. Nesses casos, a saúde pode ficar em risco. É o que mostra um estudo publicado no último dia 13 pela revista científica Circulation: pessoas com pressão arterial normal – sobretudo jovens – quando expostos ao estresse crônico, podem aumentar a predisposição para desenvolver doenças cardiovasculares, como hipertensão e até mesmo Acidente Vascular Cerebral (AVC) e infarto. Os pesquisadores apontam, inclusive, que as doenças cardiovasculares já podem se manifestar a partir da próxima década.

Por isso, segundo a psicóloga Lorena Corea Paixão, responsável pelo setor de Gestão de Pessoas da Cetus Oncologia, clínica especializada em tratamentos oncológicos com sede em Betim e unidades em Belo Horizonte e Contagem, é fundamental evitar que situações estressantes, embora impossíveis de não serem vivenciadas, se tornem corriqueiras em nosso dia a dia. “Quando o estresse passou do ponto, o corpo emite sinais claros. Há uma sensação de desgaste constante, alterações do sono, tensão muscular, formigamento na face ou nas mãos, problemas de pele, alterações de humor, perda de interesse pelas coisas e déficit de atenção, concentração e memória”, enumera. Em casos mais graves, o quadro pode evoluir para ansiedade e depressão.

Ainda de acordo com Lorena, o problema, sem dúvida, ficou mais acentuado na população desde o início da pandemia. Prova disso é que em uma pesquisa realizada com 6100 brasileiros entre abril de 2020 a fevereiro deste ano pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), 65% deles relataram piora da saúde mental após as medidas de distanciamento social. “Além do medo da contaminação e de perder pessoas queridas, a Covid-19 nos afastou das atividades de lazer, que são uma válvula de escape para atenuar o estresse do dia a dia. O mundo vivencia, desde março de 2020, um momento de depressão coletiva. Porém, não podemos ficar paralisados diante dos problemas. Temos que buscar alternativas porque se não eles [os problemas] vão aumentando”, orienta.

Como lidar com o ‘estresse nosso de cada dia’

Para a psicóloga, a principal forma de conseguir controlar crises de estresse sucessivas, é desviar a atenção dos sintomas assim que eles aparecem. Cultivar alguns hábitos, como reservar apenas um período pequeno e específico para pensar nos problemas e usar o restante do dia para focar no presente e procurar atividades prazerosas, são outras estratégias para não sucumbir. “O dia a dia já está pesado demais. Por isso, sempre que a tensão e o estresse aparecerem, não mergulhe de cabeça no caos. Encare-os, sem negligenciá-los, mas não se sufoque, nem se torture. A partir do momento em que tivermos consciência das nossas fraquezas e vulnerabilidades, conseguiremos entender que nada está sob nosso controle. A melhor opção é sempre respirar e tentar organizar a vida da maneira mais adequada ao que realmente damos conta”.

Aqueles que não conseguem ter esse autocontrole para lidar com os estímulos de estresse do dia a dia podem, segundo Lorena, buscar ajuda especializada. “Todos nós, sem exceção, passamos por algum tipo de estresse. O importante é não deixar que o problema cresça de tal forma, a ponto de se transformar em um monstro capaz de consumir nossa saúde, bem-estar e, principalmente, nossa vida”.

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