Versão melanoma é considerada mais grave, devido à alta possibilidade de atingir outros órgãos do corpo
Dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA) apontam que o tipo mais comum de câncer no Brasil e no mundo é o de pele. Somente em 2018, a estimativa, segundo o órgão, foi de quase 172 mil novos casos da doença diagnosticados em nosso país.
De acordo com o oncologista clínico Sandro Lana, do Cetus Oncologia, Hospital Dia com sede em Betim e unidades em Belo Horizonte e Contagem, existem dois tipos de câncer de pele: não melanoma e melanoma. “Ambos são bens comuns em pessoas de pele muito clara, geralmente sensíveis a ação dos raios solares, que abusam da exposição prolongada e repetida ao sol sem proteção ou com histórico familiar da doença”, explica.
Os tumores não melanomas podem ser divididos em dois subtipos. O mais diagnosticado é o carcinoma basocelular, que representa 80% dos casos. Neste quadro os sintomas começam com lesões vermelhas na pele, que formam casquinhas, inflamam ou até geram feridas que nunca cicatrizam. Já o segundo subtipo é o Carcinoma Espinocelular (17% dos casos registrados), e pode causar destruição extensa no local atingido.
A versão melanoma, por sua vez, tem origem nos melanócitos, células produtoras de melanina, substância que determina a cor da pele. “O melanoma pode aparecer em qualquer parte do corpo, como nas orelhas, face, antebraços, pescoço, glúteos, costas e outros locais de maior exposição solar. Inicialmente surgem como uma pinta comum (marrom, castanha ou enegrecida). Porém, com o passar do tempo, podem mudar de cor, tamanho ou começar a sangrar, se transformando em nódulos linfáticos. Nos indivíduos de pele negra, ele é mais comum nas áreas claras, como palmas das mãos e plantas dos pés”, ressalta o oncologista.
Embora represente apenas 3% das neoplasias malignas do órgão, o melanoma é considerado o tipo mais grave, devido à sua alta possibilidade de provocar metástase (disseminação do câncer para outros órgãos). Por isso é importante que ele seja detectado em estágio inicial. “Quando a descoberta é precoce as chances de cura podem chegar a mais de 90%”, enfatiza o médico.
Para que o diagnóstico ocorra quando a doença ainda estiver em estágio inicial, Dr. Sandro afirma que é fundamental buscar a ajuda de um dermatologista pelo menos uma vez ao ano, para uma análise de todos os sinais e pintas do corpo. Também é importante fazer o autoexame, observando prováveis alterações nas pintas. “Existe, inclusive, a regra do “ABCDE”, adotada internacionalmente, que aponta sinais sugestivos de tumor de pele do tipo melanoma”, orienta o especialista. O A representa a assimetria da pinta. Se, ao dividir a mesma como se corta uma pizza, as fatias não forem idênticas, pode haver um problema. A B é relativa presença de bordas irregulares, o C identifica as possíveis cores que podem aparecer, como amarronzadas ou azuladas. A letra D, por sua vez, representa o diâmetro da pinta, que pode apresentar um problema quando maior que seis milímetros. O E, que significa evolução, destaca as mudanças observadas nas características da pinta (tamanho, forma ou cor). “Na maior parte das vezes, alterações como estas na pele não são necessariamente causadas por um câncer, mas caso apareçam, devem ser investigadas por meio de uma dermatoscopia [exame no qual se usa um aparelho que permite visualizar algumas camadas da pele não vistas a olho nu]. Se a lesão for constatada e tiver características de malignidade, é necessária uma biópsia para se chegar ao diagnóstico concreto”, pontua.
A ajuda médica deve ser procurada, inclusive, se lesão for não melanoma, pois quando o paciente negligencia este problema, ela [a lesão] pode crescer de tal forma, que para ser retirada pode causar sequelas/deformidades físicas.
Tratamento
De acordo com o oncologista Sandro Lana, a cirurgia para a retirada da lesão é o tratamento mais indicado nos casos de câncer de pele não melanoma. Muitas vezes ela pode ser feita com anestesia local sem internação hospitalar. Outras formas de tratamento utilizadas mais raramente podem incluir radioterapia ou medicações.
Já quando ocorre metástase devido a incidência de melanoma, as chances de cura tendem a diminuir consideravelmente, entretanto, a medicina oncológica tem evoluído nos últimos anos graças a descoberta da imunoterapia, que permite retardar a evolução da doença nos casos mais graves, oferecendo, assim, chance de sobrevida a pacientes que anteriormente tinham um prognóstico bastante reservado. “Os medicamentos imunoterápicos estimulam o sistema imunológico [do paciente] a reconhecer e destruir células cancerosas de maneira mais eficaz”, explica Lana. Trata-se de um soro aplicado a cada duas ou três semanas sem necessidade de internação.
Prevenção
Além das consultas regulares ao dermatologista como forma de monitoramento, o especialista do Cetus Oncologia afirma que evitar a exposição ao sol no horário de 10h às 16h, quando os raios são mais intensos, é a melhor forma de prevenir o câncer de pele. “Usar filtro solar com fator de proteção no mínimo 15, bonés, chapéu de abas largas, óculos escuros com proteção UV são práticas que devem ser inseridas em nosso cotidiano, não apenas nos dias de lazer na praia, cachoeiras ou em clubes. Se você trabalha todos os dias se expondo ao sol, este cuidado também é importantíssimo”.
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