Nesta quinta-feira (6), Dia Mundial da Atividade Física, um importante alerta: três em cada 10 adultos são obesos em Minas Gerais. Os dados são do Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional (Sisvan), do Ministério da Saúde. No ano passado, 728.598 pessoas conviviam com essa condição no estado, alta de 21,6% em relação a 2021, quando o número [de obesos] em território mineiro era de 599.024.
Cardiologista do Hospital Semper, o médico Fabio Bordin, esclarece que o sedentarismo é apenas um dos vários fatores que podem causar um quadro de obesidade, por isso aproveita o 6 de abril para defender a importância do Poder Público estimular, cada vez mais, a prática regular de atividades físicas na população, não só através de campanhas verbais e visuais, mas também com ações ativas nos centros de saúde “Estamos falando de uma forma de prevenção de diversas comorbidades e doenças, totalmente gratuita, cuja implementação é barata e eficaz. Isso sem falar que reduz custos com saúde no futuro de forma importante”. Bordin pontua que os 150 minutos semanais, que devem ser dedicados à prática da atividade física – e preconizados pela Organização Mundial da Saúde (OMS) – é o mínimo para que o indivíduo deixe de ser sedentário. “Vale lembrar que esse tempo pode ser fracionado: 30 minutos por dia, durante cinco vezes por semana”, completa.
Ainda de acordo com o especialista, subir escadas, fazer tarefas domésticas e até o chamado lazer ativo, como nadar, caminhadas, são alguns exemplos que podem ser inseridos no dia a dia das pessoas. “Além de prevenir e servir de alicerce fundamental no tratamento da obesidade, a atividade física tem outros múltiplos benefícios, tanto físicos quanto mentais. Do ponto de vista cardiovascular, além de promover consciência corporal, ela melhora o metabolismo, o aspecto nutricional e o quadro circulatório. Também reduz a pressão arterial, glicose e o colesterol ruim, (LDL). Isso sem falar que diminui o risco de infarto e o mais importante, a mortalidade por doenças do coração”, enumera acrescentando que não há limite de idade para se exercitar, apenas uma adaptação aos exercícios, compatível a cada faixa etária. “Já no aspecto mental, a atividade física é um antidepressivo natural pois libera endorfina, hormônio responsável pela sensação de prazer e bem-estar”.
No caso dos idosos, o cardiologista do Hospital Semper enfatiza que além de preservar a saúde respiratória, muscular e óssea, a opção por uma vida não sedentária reduz o risco de declínio cognitivo provocado pelo envelhecimento. “À medida em que o idoso se exercita, ele sai casa, interage socialmente, se movimenta, ou seja, abandona o ócio. Isso já traz um benefício até mesmo para retardar o Parkinson e a demência”, pontua.
Proteção contra o câncer
Como a obesidade é fator de risco para diversos tipos de câncer, a pratica da atividade física, naturalmente, também age como método protetivo das neoplasias. “Ela promove o equilíbrio dos níveis de hormônios, reduz o tempo de trânsito gastrointestinal, fortalece as defesas do corpo. Com isso contribui para prevenir, por exemplo, o câncer de intestino (cólon), endométrio (corpo do útero) e mama”, explica a oncologista clínica da Cetus Oncologia, Daiana Ferraz.
Ainda conforme a especialista, uma das razões pelas quais o exercício é aliado no combate à doença está atrelada à contração muscular ocasionada pelo esforço físico. “Ela [contração] produz proteínas com função anti-inflamatória e que atuam em vários órgãos do corpo. Essa ação colabora não só com a prevenção, mas com o enfrentamento de um câncer”.
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