Dados fazem parte de pesquisa da Abrasel, feita com 164 empresários do setor em todo o estado, entre 26 de outubro e 5 de novembro
A retomada dos bares e restaurantes de Minas Gerais tem sido ameaçada por fatores persistentes, como a inflação e o endividamento. É o que aponta o mais recente levantamento da Abrasel, que ouviu 164 empresários em todo o estado entre 26 de outubro e 5 de novembro. Para 57% dos entrevistados ainda tem sido impossível repassar a inflação para os cardápios. Dentro deste grupo, 29% fizeram aumentos abaixo da média nos últimos 12 meses; 28% não conseguiram realizar nenhum ajuste; outros 33% só reajustaram os preços exatamente para acompanhar os índices inflacionários ao passo que apenas 9% disseram ter conseguido aumentar o cardápio acima do índice oficial.
O quadro é ainda mais complicado quando se analisa a inflação dos principais insumos: os alimentos e bebidas subiram 12,7% nos últimos 12 meses, segundo o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), enquanto subida dos preços no setor de alimentação fora do lar foi de 7,3% (a média geral está em 6,47%). “A inflação é um problema que nos aflige diretamente. O setor não tem conseguido repassar os aumentos nos custos e isso diminui a margem de lucro. Mesmo assim, seguimos com esperança de ter um fim de ano com aumento no faturamento graças à Copa do Mundo e às festas de confraternização”, analisa o presidente da Abrasel-MG, Matheus Daniel.
Metade obteve lucro
A mais nova pesquisa da Abrasel mostrou também que 50% das empresas do setor, em Minas Gerais, trabalharam com lucro em setembro, enquanto 30% ficaram em equilíbrio ao passo que 19% operaram com prejuízo.
As dívidas com o Simples Nacional, regime do qual fazem parte 87% das empresas de alimentação fora do lar no estado, também continuam altas. Três a cada 10 donos bares e restaurantes entrevistados, que são optantes dessa modalidade de imposto, estão em atraso com o pagamento de parcelas.
Ainda segundo o levantamento, do total de empresas inscritas, 42% disseram ter feito adesão ao Relp, programa de reescalonamento de débitos. “A nossa pesquisa também revela que 56% das empresas que estão no Simples têm a perspectiva de se desenquadrarem do regime fiscal diferenciado se os limites não forem aumentados conforme proposta que tramita na Câmara Federal”, destaca Matheus Daniel. A proposta a qual o dirigente da Abrasel Minas Gerais se refere prevê uma mudança do teto para as microempresas e empresas de pequeno porte. Nas primeiras ele passaria de R$ 360 mil para R$ 869 mil. E para as segundas, de R$ 4,8 milhões para R$ 8,6 milhões. No entanto, o PL precisa ser votado ainda este ano para que possa já valer em 2023.
Copa do Mundo
A Copa do Mundo no Catar também foi tema da pesquisa com os donos de bares e restaurantes no estado e embora o megaevento esportivo seja do outro lado do mundo, promete aquecer o setor por aqui. Quase 50% dos empresários ouvidos vão exibir os jogos em seus estabelecimentos. Deste grupo, 36% irão ambientar as casas com o tema e 16% pretendem até mesmo realizar eventos durante o mundial.
Entre as iniciativas previstas, 52% disseram que irão realizar ações de marketing no período tendo a Copa como tema, 29% terão promoções especiais para atrair clientes e outros 29% pretendem criar pratos ou drinks temáticos. Nem mesmo o delivery deve ficar de fora: 32% dos empresários ouvidos preveem ações especiais para as entregas durante o torneio de futebol na Ásia.
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