Pesquisa no Frontiers of Medicine, em 2020, aplicada em 14 países, inclusive no Brasil, identificou que prática de exercícios que elevam respiração e batimentos cardíacos, como caminhadas, corridas, esportes variados e, até mesmo, atividades corriqueiras, diminuíram, em média, 41% durante pandemia. Já a proporção de exercícios rigorosos caiu 42%. Educador físico fala dos benefícios que atividade regular traz para saúde
Dados do Ministério da Saúde apontam que 47% dos brasileiros adultos não chegam a praticar 75 minutos de atividade física intensa ou 150 minutos de exercícios moderados durante a semana, como recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS). E o isolamento social, necessário nos períodos mais rigorosos da pandemia, acabou agravando esse quadro, já que quanto mais tempo em casa, maior é a taxa de sedentarismo. Prova disso é que, conforme levantamento realizado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) em parceria com a UFMG e a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), o tempo médio no qual as pessoas passaram vendo TV em 2020, foi de três horas por dia (aumento de uma hora e 20 minutos comparado a antes da Covid-19). Já o tempo diário gasto na tela do computador foi de cinco horas, em média (uma hora e meia a mais do que antes da pandemia).
Outros números que reforçam a importância de se discutir o assunto: pesquisa no Frontiers of Medicine, em 2020, aplicada em 14 países, inclusive no Brasil, identificou que a prática de exercícios que elevam a respiração e batimentos cardíacos, como caminhadas, corridas, esportes variados e, até mesmo, atividades corriqueiras, diminuíram, em média, 41% durante a pandemia. Já a proporção de exercícios rigorosos caiu 42%.
Para o educador físico Tiago Gusmão, que também é fundador do CT Amigos do Esporte [escola de Belo Horizonte especializada em ginástica artística e judô para adultos e crianças a partir de quatro anos], a atividade física deveria ser mais estimulada, inclusive, a partir dos primeiros anos de vida da criança e inserida no dia a dia das populações. Segundo ele, a prática, se constante, poderia, até mesmo, evitar a sobrecarga dos sistemas de saúde à medida em que vamos envelhecendo. “Indivíduos que fazem exercícios de força a vida inteira, têm menos chances de ter lesões, além de articulações mais fortalecidas. Isso porque o treinamento auxilia na integridade física dos tendões e ligamentos. Além disso, ao longo da vida, os adeptos da atividade física tendem a sofrer menos com a sarcopenia (síndrome comum após os 50 anos de idade, caracterizada pela perda progressiva da massa muscular associada a redução do desempenho físico.) Também é importante dizer que, se em uma sociedade, há um número considerável de indivíduos que fazem exercícios resistidos ao longo da vida, consequentemente teremos idosos mais ativos, que terão menos chances de ficar acamados”, enumera.
Gusmão acrescenta ainda que a atividade física regular aumenta a capacidade cardiovascular, o que confere mais disposição para atividades do dia a dia, como, por exemplo, subir escadas ou fazer pequenos trajetos; amplia a força dos músculos envolvidos no exercício; favorece a perda de peso, minimizado riscos de sobrepeso e obesidade; aumenta a densidade óssea; e previne doenças cardiovasculares e crônicas, além de atuar no controle do diabetes. “Isso sem falar que nestes tempos tão severos de pandemia, o não sedentarismo é uma válvula de escape para turbinar a saúde mental e ajudar a combater ansiedade, depressão e insônia”.
O especialista ressalta, porém, que há uma pequena, mas importante diferença entre atividade e exercício físico. “O primeiro é aquele que fazemos sem, necessariamente, o acompanhamento de um profissional: pode ser, inclusive, uma caminhada de 150 minutos por semana. Já o segundo é administrado sob a orientação de um profissional especializado, ou seja, tem um acompanhamento, uma sistematização”, explica.
A única recomendação de Tiago para quem não abre mão de se exercitar é sempre respeitar os limites do próprio corpo, ou seja, não pecar pelo excesso. “Um exemplo: correr é uma atividade simples, aparentemente fácil. Porém muitas pessoas pensam que para se prepararem para uma corrida de 10km, devem correr os exatos 10km todos os dias. Ledo engano: é importante ficar atento ao volume com o qual se faz uma atividade e, sobretudo, respeitar o prazo de recuperação dos músculos no pós-treino. Para não cometer excessos, recorrer a ajuda de um especialista na área é a melhor opção. Quem age embasado na correta orientação, consegue não só sistematizar a atividade que pratica, como, possivelmente, melhorar a performance.”
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