Segundo pesquisadores da Universidade de Montreal, no Canadá, atividades físicas desde cedo, antes mesmo dos 5 anos, podem evitar transtornos mentais e emocionais em crianças e adolescentes

A Universidade de Montreal, no Canadá, publicou recentemente um estudo no qual há comprovações de que crianças introduzidas na prática do esporte até os 5 anos de idade possuem menor propensão para doenças como depressão e ansiedade. Além disso, entre os meninos, aqueles que foram ativos até o quinto ano de vida, tiveram uma tendência menor a se tornarem infelizes e cansados entre os seis e os 10 anos de idade.

Para o desenvolvimento do estudo, foram examinados hábitos esportivos e atividade física de crianças de 5 e 12 anos, além de sintomas de estresse entre os 6 a 10 anos. Os dados dos participantes nascidos em 1997 e 1998 eram do Quebec Longitudinal Study of Child Development. Os pais de 690 meninos e 748 meninas relataram a participação em esportes antes de 5 anos e o nível semanal de atividade física aos 12 anos.

Para Laís Mendes, gerente pedagógica do CT Amigos do Esporte, (escola de Belo Horizonte especializada em ginástica artística e judô para crianças e adolescentes a partir dos 4 anos), o resultado mostra, com clareza, o quanto a prática esportiva está intrinsecamente relacionada à saúde mental e até mesmo à formação humana. “O esporte é uma representação da vida entre quatro paredes, independentemente de onde ele é praticado, seja no tatame, no campo, na quadra, na piscina: existem desafios a serem cumpridos que dependem de fatores psicológicos e motores, por exemplo. Ao se exercitar, a criança acaba tendo contato com suas emoções, com os colegas, e, com isso ganha saúde, torna-se mais sociável, aprende a ganhar, a perder e, sobretudo, a conviver”, explica.

 Ainda de acordo com Laís, pelo fato de a infância ser uma das fases mais difíceis para lidar com problemas como depressão e ansiedade, já que as crianças, muitas vezes, não têm discernimento sobre o que sentem, o esporte se torna, também, uma interessante válvula de escape, um remédio e alento para superar as dores. “É visível perceber, por exemplo, nessa pandemia, o quanto elas (as crianças) estavam reclusas ao voltarem para o CT após um longo período de isolamento social, trancafiadas em casa sem poder fazer o que mais gostam, mas, ao terem contato com o esporte, no nosso caso a ginástica artística e o judô, o sorriso no rosto logo apareceu. É como se elas estivessem presas em uma cortina, impossibilitadas de vivenciar experiências gostosas e, de repente, o tecido se abre apresentando-as as cores de uma vida pausada por um vírus”, reflete.

A gerente pedagógica afirma também sobre os benefícios fisiológicos causados pela atividade física que podem afastar a depressão. “Existe a produção dos hormônios durante a realização da atividade física; a serotonina, hormônio da felicidade, que ajuda na estabilidade emocional; e a endorfina, que trata do bem-estar do indivíduo. Tudo isso traz prazer e nos deixa mais dispostos”.

 A única ressalva que a especialista do CT Amigos do Esporte faz é para os pais darem voz à criança e às suas vontades ao invés de imporem o que ela deve ou não fazer. “Para que o menino ou menina alcance maior estado de plenitude, é necessário que eles estejam se sentindo bem em qualquer tipo de atividade realizada. Não adianta a mãe cismar que a filha tem que fazer balé clássico e o filho, futebol, se o que a criança quer na verdade, é outra coisa. Os pequenos precisam se encontrar dentro de um contexto esportivo, caso contrário não conseguiremos acessá-los. Com isso o que deveria ser prazeroso acaba se transformando em uma penosa obrigação dentro de uma rotina. É preciso saber identificar o perfil deles, suas vontades e o que será melhor para seu desenvolvimento”, finaliza Laís.

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